quinta-feira, 1 de outubro de 2009

E eis que chegou Outubro....

Gota de água

À primeira vista era nada
Pequenina, minúscula realidade
Quase não se via, a enfezada!
Não lhe dei importância, verdade!

Ora, que graça tinha a gota
Sem cheiro, nem um só sabor
Transparente, sobre uma bolota?
Era um arco-íris sem cor…

Enfadado com tamanho rebuliço
Não percebi qual a razão!
Ora que tinha eu a ver com isso,
Porque queria minha mãe atenção?

Olhava aquela bola fixamente
Parecia ter descoberto nova ciência
E eu estava era descontente
Queria ir brincar. Que falta de paciência!

Nesta minúscula gota de água aqui
Reside todo um mundo escondido
É nas coisas mais pequenas que vi
Que está a força da vida, meu querido.

Olha como a bolota vaidosa
Sorve o presente do orvalho
E a árvore cresce frondosa
Tornando-se num belo carvalho.

Depois quando a hora é chegada
Cai a bolota a seu tempo
Vem uma suína esfomeada
E traga-a de uma assentada.

Está prenha e muito gordinha
Dará descendência numerosa
A par com a vaca e a galinha
Alimentará outra família curiosa.

E em tempos de seca tamanha
Rega o homem o seu quintal
A água na terra entranha
Formando então abundante caudal.

Bate o sol no rio distante
Aquece a corrente que passa
Evapora-se a gota gigante
E ao céu ascende em graça.

É agora algodão em rama
Numa nuvem alva e branca
Mas outra invejosa e sem fama
Com um empurrão a desanca.

Cai a gota desamparada
Condensa-se do alto a chover
Aterra numa bolota corada
E começa a história a acontecer.

E assim fica a moral contada
De como uma pequena gota
Merece por nós ser poupada
Pois tem genica, a marota!

06/08/2009

Apresentação na Feira do Livro de Mira, em 10 de Agosto de 2009

2 comentários:

  1. Olá..

    Dá uma espreitadela no meu blog ;)
    www.ocantinhodamimi.blogspot.com

    Beijos*

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  2. Concerteza que darei, assim que tiver um tempinho. Beijos

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