Gota de água
À primeira vista era nada
Pequenina, minúscula realidade
Quase não se via, a enfezada!
Não lhe dei importância, verdade!
Ora, que graça tinha a gota
Sem cheiro, nem um só sabor
Transparente, sobre uma bolota?
Era um arco-íris sem cor…
Enfadado com tamanho rebuliço
Não percebi qual a razão!
Ora que tinha eu a ver com isso,
Porque queria minha mãe atenção?
Olhava aquela bola fixamente
Parecia ter descoberto nova ciência
E eu estava era descontente
Queria ir brincar. Que falta de paciência!
Nesta minúscula gota de água aqui
Reside todo um mundo escondido
É nas coisas mais pequenas que vi
Que está a força da vida, meu querido.
Olha como a bolota vaidosa
Sorve o presente do orvalho
E a árvore cresce frondosa
Tornando-se num belo carvalho.
Depois quando a hora é chegada
Cai a bolota a seu tempo
Vem uma suína esfomeada
E traga-a de uma assentada.
Está prenha e muito gordinha
Dará descendência numerosa
A par com a vaca e a galinha
Alimentará outra família curiosa.
E em tempos de seca tamanha
Rega o homem o seu quintal
A água na terra entranha
Formando então abundante caudal.
Bate o sol no rio distante
Aquece a corrente que passa
Evapora-se a gota gigante
E ao céu ascende em graça.
É agora algodão em rama
Numa nuvem alva e branca
Mas outra invejosa e sem fama
Com um empurrão a desanca.
Cai a gota desamparada
Condensa-se do alto a chover
Aterra numa bolota corada
E começa a história a acontecer.
E assim fica a moral contada
De como uma pequena gota
Merece por nós ser poupada
Pois tem genica, a marota!
06/08/2009
Apresentação na Feira do Livro de Mira, em 10 de Agosto de 2009
Olá..
ResponderEliminarDá uma espreitadela no meu blog ;)
www.ocantinhodamimi.blogspot.com
Beijos*
Concerteza que darei, assim que tiver um tempinho. Beijos
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