domingo, 23 de junho de 2013

Retoma


retoma

 


 

regresso

uma

duas vezes

sempre

como a primeira vez

esperando ser a última

 

e parto

e afasto

de mim

este hábito

esta compulsão

este vício

 

de te ver

de te ter

de ti ser

de volver

 

ao único lugar

onde sei

que fui

sou sempre

e serei feliz

 
in Paixão em 5 Atos
Ana paula Mabrouk
 

 

 

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Agradecimento

Caros amigos e leitores,

desejo agradecer a todos quantos participaram na sessão de lançamento do meu novo livro Paixão em 5 Atos, no dia 10 junho, na Feira do Livro de Aveiro. Agradecimentos especiais à poetisa Ana Homem de Albergaria que apresentou o livro, ao Professor Doutor Rogério Paulo Madeira que escreveu o prefácio e fez parte da mesa, ao meu editor Jorge Castelo Branco, da Seda Publicações com chancela Versbrava que apoiou a edição de um livro de poesia em tempo de crise económica e ao fotógrafo amador Dinid Muacho, responsável pela foto da badana e pela reportagem fotográfica.
 
A todos os amigos e colegas das letras presentes, que leram ou não leram poemas na sessão de lançamento, o meu agradecimento poético.
 
 
Ana Paula Mabrouk
 
 

sábado, 8 de junho de 2013

É Hoje

Caros amigos e leitores,
convido-vos de novo para lançamento do meu novo livro - paixão em 5 atos, dia 10 junho, Feira do Livro de Aveiro. Apareçam e serão muito bem recebidos. A apresentação estará a cargo da poetisa Ana Homem de Albergaria.



quinta-feira, 6 de junho de 2013

Conto A Notícia - 3º lugar na categoria conto, no Brasil

Caros amigos e leitores,
deixo-vos aqui o meu conto premiado: A Notícia. Espero que gostem.

Foi naquele dia de festa. Uma festa ruidosa, de mil vozes coroada. Rostos novos cruzavam-se no espaço já gasto da sala de cheiros antigos. Havia sangue novo nos amores dos netos e uma felicidade tranquila nos olhos dos avós. Uma mirada benévola de quem já teve amores novos e, ainda que lembrando, já não lhes distingue os traços na névoa da memória.
Circulavam canapés de histórias, regados com aperitivos de alegria. Era um prólogo feliz de uma história familiar cuja tradição se perdia no tempo. Um álbum com folhas de passado, presente e futuro. Uma foto reportagem de gente real com enredos prosaicos mas com personagens vincadas. Que choram, riem e contam histórias de vida.
Em breve entrariam as terrinas da canja com ovos de promessas e as travessas abundantes de saladas mistas de projectos das gerações mais novas. Seguir-se-iam pratos de peixe e pratos de carne para todos os gostos e diferentes paladares. Viriam acompanhados por brancos leves, borbulhando de energia e tintos maduros, de resistência feitos.

A algazarra das vozes elevava-se da mesa dos comensais e lutava-se por uns momentos de atenção familiar. Cada um tinha uma novidade premente, de importância capital nas suas vidas breves. Os mais velhos escutavam em silêncio, habituados à espera. Sábios guardadores das estórias das suas vidas longas.
Paciência e intervenções oportunas compensariam o fim da fila. Os primeiros das últimas estórias. O primeiro lugar do saber.
Todos se calariam para dar lugar ao comentário do avô Francisco ou à anedota do avô Joaquim. Marotice nos olhos brilhantes e vagares nos lábios trémulos. Verdadeiros almanaques ambulantes de tradição oral.
Entre dentadas de prazeres terrenos, a satisfação da gula. A curiosidade em relação à Irina, a nova namorada ucraniana do João: jovem esbelta e de traços clássicos. Muito magrinha, esta estrangeira! – diria a avó Camila. Elas não comem? O que você precisa é de uma bela canja de galinha caseira e um naco de carne assada. Oh, mãe! – diria eu contrariada. Deixe a miúda em paz. A mim, o que mais impressão me faz, é o guedelhudo da Guidinha. Não há tesouras lá no país de onde vem? – indignava-se a avó Carolina, em confidência na cozinha. Desde que não faça rabos-de-cavalo como o anterior… Menos mal! – diria o avô Joaquim, à socapa. São outros tempos – apaziguaria eu, em tom de desculpa. Pois sim, pois sim….- resmungaria, entre dentes, a avó Carolina. Riria o João, a Guidinha responderia com um beijo terno na testa da anciã.
São boas pessoas – remataria eu a conversa e os enfeites da travessa.

            E boas pessoas eram. Num Portugal de miscigenação do século XXI, na boa tradição de exploradores da nossa História, aqui estávamos nós a descobrir o mundo e a dar outros novos mundos ao nosso mundo. Entrecruzar de raças, entrelaçar de culturas, estreitar de filosofias de vida.
            No meio de tanto saber diferente, só eu tinha um saber que todos desconheciam. Uma notícia que calava no nó da garganta. Uma novidade que não podia ser dada a uma mesa de festa. Uma má nova que arruinaria o almoço dos filhos e dos amores dos filhos, avós e pais de um amor que um dia se foi embora.
            Era o pilar de uma família e sentia-me com pés de barro. Estátua cuja inscrição na base estava oculta pela fotografia de família. Linfoma não combina com festa de Verão nem rima com alegria. Não se serve à sobremesa com Charlotte de chocolate ou Bavaroise de ananás. Nem sequer acompanha bem o café que culmina o repasto familiar. Num Domingo de longa pausa gastronómica, o segredo da receita ficara bem guardado. No livro de culinária do coração. Saber nem sempre é sabor.

            Guardei pois a notícia para mim e engoli-a com café aromático doce, servido em chávena de porcelana. Com requinte. Até para se calar é preciso ter delicadeza. Olhava-os com os olhos da alma e pensava se tudo isto seria o começo do fim ou um novo começo de um fim adiado. Uma fatalidade ou uma oportunidade, servida de bandeja? Uma noz podre no cesto dos frutos para saborear ao serão, sob o céu estrelado ou uma cereja na última fatia de torta cremosa? Era preciso escolher e ter a sorte do nosso lado na hora decisiva. E rezar para que o mundo conspirasse a nosso favor.
            Olhei-os uma vez mais e sorri, pensando que aqueles que amamos não precisam de saber tudo sobre nós, o tempo inteiro. Por vezes o melhor saber é, de facto, não saber nada. Nem suspeitar, nem indiciar, sequer. A melhor opção é sempre viver. O futuro será sempre aquilo que a vida decidir. O presente é nosso para o agarrar com ambas as mãos e erguer uma taça à nossa saúde.
            Brindamos? – perguntou o João.

            Saúde! – gritaram todos, com os copos de champanhe a transbordar de esperança.

Ana Paula Mabrouk

terça-feira, 4 de junho de 2013

Conto Pemiado no Brasil

Caros leitores e amigos,
informo que fui premiada no Brasil com um 3º lugar na categoria de conto. O meu texto intitula-se  A Notícia. Em baixo transcrevo o mail recebido. Apesar de haver uma gralha no meu nome, sou mesmo eu....




 Prezados Poetas e Contistas, 
Saudações.
A Confraria Cultural Brasil-Portugal, têm o prazer de anunciar os resultados do II Concurso Internacional de Poesia - Prêmio 'Fernanda de Castro 2013' e do II Concurso Internacional de Prosa - Prêmio 'Machado de Assis 2013'. Em especial agradecer a todos os participantes das duas modalidades dos concursos de Poesia e Prosa do qual eu tive o privilégio de estar à frente na coordenação. Aos brilhantes Poetas e Contistas participantes o meu agradecimento pela confiança depositada.
Agradecemos aos acadêmicos da Academia Salgadense de Artes e Letras – ASAL, em especial ao Presidente, a Secretária, Escritora e Poetisa Sirlene Quadros Rezende Cazeca, ao competente Jornalista Marcos Martins Fagundes, responsável pelo Jornal O Estrelinha, pela Ética na avaliação dos textos. Obrigada pela prontidão e competência de cada um, que lidaram com muita responsabilidade, na árdua seleção de tantos autores participantes em alto estilo.
A todos os participantes nossa sincera admiração.

Divinópolis, 31 de maio de 2013.

Maria de Fátima Batista Quadros
Presidente da Confraria Cultural Brasil-Portugal 

Categoria: Poesia

1º CATURRICE
    Autor: Alysson Paranhos Chaves
    Belo Horizonte – Minas Gerais - Brasil

2º O CORAÇÃO DO TEMPO
     Autora: Rita Dahl
     Finlândia

3º PORTAL UTRA VIOLETA
    Autor: Marcelo Moreira
    Salvador – Bahia - Brasil

Menção Honrosa:
DESEJO - Autor: Everton Luís do R.O.F. dos Santos – Santa Maria - Rio Grande do Sul – Brasil
ALVORECER– Autora: Lurdes Breda - Liceia - Portugal
DA BAILARINA COM SUA SOMBRA – Autor: Rosalvo Accioly - Nova Friburgo – Rio de Janeiro - Brasil



Categoria: Prosa

1º O MISTÉRIO DA ESTÁTUA
    Autor: João Lisboa Cotta
    Ponte Nova – Minas Gerais - Brasil

2º MILAGRE NA PRAIA
     Autor: Gabriel de Sousa
     Lisboa – Portugal

3º A NOTÍCIA
     Autora: Ana Maria Mabrouk
     Coimbra - Portugal


Menção Honrosa

TEATRO
Autora: Sabrina Pereira de Queiroz – Brasileira residente na Espanha

O COMBOIO DAS 19 HORAS E 20 MINUTOS
Autor: António MR Martins - Lisboa - Portugal

O MILAGRE - RECEITA DE PÃO
Autor: Roberto Márcio Pimenta – Mineiro residente em Jacaraípe – Serra -Espirito Santo – Brasil

  

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Convite para sessão de lançamento Paixão em 5 atos

Caros amigos e leitores,
convido-vos para lançamento do meu novo livro - paixão em 5 atos, dia 10 junho, Feira do Livro de Aveiro. Apareçam e serão muito bem recebidos.