Biógafa dos meus dias
Eu sou - e sempre serei -
A biógrafa dos meus dias.
Passei a vida a escrever retalhos
De uma vida que não vivi.
Assentei tudo até ao ínfimo pormenor
Do que o futuro tinha guardado para mim.
Anotei todas as aventuras
Que irei viver um dia.
Rascunhei os episódios alegres
Do devir, na ânsia de os viver.
Rasurei os momentos tristes,
Que sob minha pena,
Nunca hão-de existir.
Emendei a trajectória dos males vindouros.
Corrigi os erros dos amanhãs.
Risquei os agouros premonitórios
E as falhas previsíveis.
A minha vida será – e sempre será –
O que escrever agora.
Este poema faz parte de um livro de poesia que tenho escrito, intitulado Em Carne Viva, constituído por 33 poemas, à espera de um editor que o queira publicar.
Sem comentários:
Enviar um comentário