segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Coquette

Coquette




Olho-me no espelho

E vejo a diva de outrora.



Os lábios eram de carmim

Carnudos e ávidos de provocações.



Os olhos chispavam de riso

E labaredavam segredos inconfessáveis.



As maças de rosto empoeiradas e rosadas

Ofereciam-se para ser trincadas a gosto.



A testa alta ostentava cabelos rebeldes

Que deslizavam na pele aveludada.



O nariz empinado de quem tudo comanda

Perfilava-se atrevido, desafiando em redor.



O colo desnudo espreitava do decote ousado

E convidava a mil devaneios.



Os anos passaram mas a chama ainda se aviva

Quando entras sem avisar

E me surpreendes pelas costas

Com um beijo húmido

E um abraço apertado.



Estremece o corpo pequeno

Ateio o desejo adormecido

E agarro a gravata descaída

Com dedos de gazela treinada

Atraindo-te para o meu covil

Fêmea com cio atiçado

Macho para a cópula preparado.



20-11-2010

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