Este blogue pretende dar a conhecer a actividade literária da escritora Ana Paula Mabrouk e conversar sobre literatura
quarta-feira, 28 de abril de 2010
3ºlugar em concurso brasileiro
XXX CONCURSO INTERNACIONAL LITERÁRIO
São Paulo - Brasil
NOME CATEG CLASSIF OBRAS CIDADE ESTADO/PAÍS
Roberto Luis Menida Paz Crônica 1 Deus está em férias São Paulo SP
Francisco de Oliveira Bispo Crônica 2 PRONTO! E AGORA? João Pessoa PB
Ana Paula Ramos Amaro (Mabrouk) Crônica 3 Testamento Coimbra Portugal
São Paulo - Brasil
NOME CATEG CLASSIF OBRAS CIDADE ESTADO/PAÍS
Roberto Luis Menida Paz Crônica 1 Deus está em férias São Paulo SP
Francisco de Oliveira Bispo Crônica 2 PRONTO! E AGORA? João Pessoa PB
Ana Paula Ramos Amaro (Mabrouk) Crônica 3 Testamento Coimbra Portugal
sábado, 24 de abril de 2010
Rui Zink
Sempre admirei o humor acutilante de Rui Zink e, por vezes, a sua loucura numa sociedade conservadora como a nossa. Aconselho, vivamente, a leitura da entrevista dada a Lurdes Breda na revista Livros & Leituras, assim como a leitura do seu último livro Anibaleitor.
Aqui fica um trecho da entrevista:
L&L – Em jeito sarcástico e divertido, o “Anibaleitor” conta uma aventura didática no mundo dos livros e da leitura. Levar as pessoas a lerem é uma “cruzada”?
RZ – Cruzes credo! Nem cruzada nem catequese, quando muito um convite para um cruzeiro. Ler torna-nos melhores, disso não tenho dúvida. O que não quer dizer que nos torne “bons”. Haverá sempre brutos, mas acho que um racista que leia, por exemplo, “A cor púrpura”, pode pensar duas vezes na sua tara. Ler implica empatia com as personagens, compreender os motivos dos outros, as suas paixões, as suas formas de estar na vida. Informa-nos, sem gritarias, que somos todos diferentes mas parte de um mesmo molde. L&L – Diria que os livros são um território sagrado na era da Informação?
RZ – Bom, actualmente o templo está um bocado ocupado pelos vendilhões… Mas alguns livros (muitos, na verdade) ainda são um espaço de resistência à ditadura do esquecimento. Temos de viver o presente, mas viver só no presente é redutor, empobrecedor, estupidificante. A leitura, pela sua lentidão, recato, recusa do imediato, é um bom antídoto contra a voracidade do imediato. Ao contrário dos bois e das vaquinhas, nós vivemos em simultâneo no presente, passado e futuro, somos animais imaginativos. Mas andam a querer transformar-nos em ruminantes…
Leiam a entrevista na íntegra em
http://www.livroseleituras.com/index.php?option=com_content&view=article&id=657:ao-contrario-dos-bois-e-das-vaquinhas-nos-vivemos-em-simultaneo-no-presente-passado-e-futuro-somos-animais-imaginativos-mas-andam-a-querer-transformar-nos-em-ruminantes&catid=64:escritores&Itemid=75
quinta-feira, 22 de abril de 2010
CONVITE
CONVITE
O distribuidor e importador José de Almeida Gomes e a editora Mar da Palavra convidam V. Ex.as a estarem presentes em sessões de autógrafos, com a participação de vários autores, no âmbito da 33.ª Feira do Livro de Coimbra, na Praça da República, entre 16 de Abril e 2 de Maio.
O calendário desta iniciativa conjunta, a decorrer num dos expositores do livreiro José de Almeida Gomes & Filhos, é o seguinte:
• 17 Abril (tarde de sábado) – Escritor, bioquímico e divulgador científico António Piedade (autor do livro “Íris científica”, obra recomendada pelo Plano Nacional de Leitura 2009/2010);
• 19 de Abril (tarde de segunda-feira) – Dramaturgo, actor e encenador Ricardo Kalash (autor dos livros “A saga do arco-íris” e “A Sociedade”);
• 21 de Abril (tarde de quarta-feira) – Escritora e médica Teresa Sousa Fernandes (autora dos livros “A Dolores e o taxista ou… A Joana e os homens”, “Poesia… ou talvez não”, “Homens… ou racionais poligâmicos” e “Nem título… nem índice”, entre outros);
• 23 de Abril (tarde de sexta-feira) – Escritora e professora Ana Paula Mabrouk (autora do livro “Alfabeto no feminino”);
• 24 de Abril (tarde de sábado) – Escritor e médico Joaquim Manuel Pinto Serra (autor das obras “Estas aparências que nos doem”, “Pelas margens da serenidade”, “Os novíssimos afectos”, “As palavras sensuais da nossa ausência”, “O outro mundo em nós”, “Uma professora ao canto do olho” [em co-autoria com Maria Armanda Tavares Belo] e “Marginalidades e alguns poemas de amor”, entre outros livros); e
• 1 de Maio (tarde de sábado) – Professor do ensino superior, ex-jornalista e escritor Dinis Alves (autor dos ensaios jornalísticos “A informação ao serviço da estação” e “Em directo do Inferno”, entre outras obras).
sábado, 17 de abril de 2010
Sessão A Professora Escritora
Decorreu no dia15 de Abril, na Escola Secundária Fernando Namora, uma sessão intitulada A Professora Escritora. A todos quanto participaram, o meu MUITO OBRIGADA.
Fevereiro
Fevereiro
Chegaram as camélias do teu perfume em flor
Floriram as mimosas nos raios da estrela mor
Espraiaram-se as amendoeiras do teu olhar
Exalei as violetas: sóis púrpura a corar.
É Fevereiro em todo o seu esplendor
Q’ amanhece e acorda com fervor
Ateia em mim a vontade de madrugar
De escrever versos e o peito enfunar.
As nuvens apartam-se na cerúlea cor
Do manto celeste que abraça o sol pôr
E deixam fios de dourado irradiar
Que adornam minh’alma a encantar.
Entardeço no jardim multicolor
Que habita meus mundos de escritor
Com os olhos penso, sorvendo o ar
Com a alma escrevo versos, devagar.
Quedo e divago e torno a compor
Risco na mente rimas de ledo torpor
Cidadã do dia, poeta do luar
Q’ inventa mundos ao sabor do olhar.
Poema nº11 da antologia Em Carne Viva e ainda não publicado neste blogue
segunda-feira, 12 de abril de 2010
LANÇAMENTO DE NOVO LIVRO
Caros amigos e leitores,
lancei ontem, Domingo, dia 11 de Abril, um novo livro. Chama-se Em Carne Viva e foi lançado online pela Livraria Bubok. Podem ver a capa, a sinopse e os dois primeiros poemas em http://www.bubok.pt/
O caminho a seguir é livraria - poesia- intimista: o livro aparece logo. Só falta mesmo começarem a comprar...
Obviamente, mesmo para quem não o fizer, desejo boa leitura da pequena amostra e espero que gostem.
Muitos dos poemas deste livro já foram publicados neste blogue anteriormente, com a respectiva menção.
Quanto a mim, continuarei sempre por aqui. Bem-hajam.
Ana Paula Mabrouk
lancei ontem, Domingo, dia 11 de Abril, um novo livro. Chama-se Em Carne Viva e foi lançado online pela Livraria Bubok. Podem ver a capa, a sinopse e os dois primeiros poemas em http://www.bubok.pt/
O caminho a seguir é livraria - poesia- intimista: o livro aparece logo. Só falta mesmo começarem a comprar...
Obviamente, mesmo para quem não o fizer, desejo boa leitura da pequena amostra e espero que gostem.
Muitos dos poemas deste livro já foram publicados neste blogue anteriormente, com a respectiva menção.
Quanto a mim, continuarei sempre por aqui. Bem-hajam.
Ana Paula Mabrouk
sábado, 10 de abril de 2010
Conheçam Olinda Beja
Olinda Beja
Olinda Beja nasceu na cidade de Guadalupe em S. Tomé e Príncipe em 1946, mas reside desde a idade dos 2 anos em Portugal, onde estudou e obteve o Diploma Superior dos Altos Estudos Franceses da Alliance Française e, mais tarde, a licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas, pela Universidade do Porto.Dedicou-se à escrita desde muito jovem, publicando as seguintes obras:
Bô Tendê? (poemas); Leve, Leve (poemas); 15 Dias de Regresso (romance); No País do Tchilóli, 1996 (poemas); A Pedra de Vila Nova (romance); Pingos de Chuva (conto); Quebra-Mar (poemas); Pé-de-perfume, 2005 (contos).
Tem trabalhos publicados na Alemanha, sobre a língua materna de S. Tomé, bem como poemas dispersos em revistas nacionais e estrangeiras, em livros didácticos dos Ministérios Português e Francês da Educação, nas Antologias Matrilíngua, Poesia para Timor Loro Sae e no livro de fotografia Paga Dêvê.
Olinda Beja é professora do Ensino Básico e apresenta frequentemente a sua obra em estabelecimentos de ensino em Portugal e no estrangeiro, incentivando quem a escuta a descobrir a Literatura e a Cultura de S. Tomé e Príncipe. Ela diz que "tem uma paixão pela sua terra" e que é tanto mais intensa na medida em que a conheceu tarde. De facto, só aos 37 anos Olinda Beja voltou a STP para descobrir maravilhada uma cultura que lhe pertencia, que sempre esteve aí para ela descobrir.
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Fernando Namora
Fernando Namora em Versão Inglesa
Depois de muito procurar, não encontrei traduções inglesas dos poemas de Fernando Namora. Provavelmente as haverá: somente eu não as achei. Então, decidi traduzir, livremente, alguns poemas do seu livro Mar de Sargaços. Espero que gostem.
Poema para Iludir a Vida
Tudo na vida está em esquecer o dia que
passa.
Não importa que hoje seja qualquer coisa
triste,
um cedro, areias, raízes,
ou asa de anjo
caída num paul.
O navio que passou além da barra
já não lembra a barra.
Tu o olhas nas estranhas águas que ele
há-de sulcar
estranhas gentes que o esperam em
estranhos portos.
Hoje corre-te um rio dos olhos
e dos olhos arrancas limos e morcegos.
Ah, mas a tua vitória está em saber que
não é hoje o fim
e que há certezas, firmes e belas,
que nem os olhos vesgos
podem negar.
Hoje é o dia de amanhã.
Poem to Deceive Life
Everything in life consists of forgetting
the present day.
It doesn’t matter that today means
something sad
a cedar, sand, roots,
or angel’s wing
laid over a swamp.
The ship that crossed the harbour
no longer remembers the harbour
You look at it in the unknown waters yet
to sail
unknown people that wait for it in strange
ports.
Today a river flows in your eyes
And from the eyes you pull sea-weeds and
bats out.
Oh, but your victory consists of knowing
that today isn’t the end
and that there are certainties , solid and
beautiful
that not even blind eyes
can deny.
Today is tomorrow.
----------------------------------------------------//---------------------------------------
Coisas, Pequenas Coisas
Fazer das coisas fracas um poema.
Uma árvore está quieta,
murcha, desprezada.
Mas se o poeta a levanta pelos cabelos
e lhe sopra os dedos,
ela volta a empertigar-se, renovada.
E tu, que não sabias o segredo,
perdes a vaidade.
Fora de ti há o mundo
e nele há tudo
que em ti não cabe.
Homem, até o barro tem poesia!
Olha as coisas com humildade.
Things, Little things
From simple things to make a poem.
A tree stands still
fading, despised.
But if the poet raises her from the hair
and blows through her fingers
she straightens again, renewed.
And you, unfamiliar with her secret,
Lose vanity.
Outside yourself there’s the world
and in it there’s everything
that you cannot contain
Man, even the clay holds poetry!
Look at things with humility.
----------------------------------------------------//---------------------------------------
Todos os Caminhos me Servem
Todos os caminhos me servem.
Em todos serei o ébrio
cabeceando nas esquinas.
Uma rua deserta e o hálito
das pessoas que se escondem,
uma rua deserta e um rafeiro
por companheiro.
Ó mar que me sacode os cabelos
que mulher alguma beijou,
lágrimas que os meus olhos vertem
no suor dos lagares,
que uma onda vos misture
e vos leve a morrer
numa praia ignorada.
Every road fits me
Every road fits me.
In everyone I’ll be the ebrious
stumbbling across the alleys.
A desert street and the breath
of hiding people,
a desert street and a mutt
as a companion.
Oh sea that waves my hair
that no woman ever kissed
tears that my eyes shed
in the sweat of wine-press,
may a wave blend thee
and carry you both to die
on an ignored beach.
Ana Paula Mabrouk
8th April 2010
Depois de muito procurar, não encontrei traduções inglesas dos poemas de Fernando Namora. Provavelmente as haverá: somente eu não as achei. Então, decidi traduzir, livremente, alguns poemas do seu livro Mar de Sargaços. Espero que gostem.
Poema para Iludir a Vida
Tudo na vida está em esquecer o dia que
passa.
Não importa que hoje seja qualquer coisa
triste,
um cedro, areias, raízes,
ou asa de anjo
caída num paul.
O navio que passou além da barra
já não lembra a barra.
Tu o olhas nas estranhas águas que ele
há-de sulcar
estranhas gentes que o esperam em
estranhos portos.
Hoje corre-te um rio dos olhos
e dos olhos arrancas limos e morcegos.
Ah, mas a tua vitória está em saber que
não é hoje o fim
e que há certezas, firmes e belas,
que nem os olhos vesgos
podem negar.
Hoje é o dia de amanhã.
Poem to Deceive Life
Everything in life consists of forgetting
the present day.
It doesn’t matter that today means
something sad
a cedar, sand, roots,
or angel’s wing
laid over a swamp.
The ship that crossed the harbour
no longer remembers the harbour
You look at it in the unknown waters yet
to sail
unknown people that wait for it in strange
ports.
Today a river flows in your eyes
And from the eyes you pull sea-weeds and
bats out.
Oh, but your victory consists of knowing
that today isn’t the end
and that there are certainties , solid and
beautiful
that not even blind eyes
can deny.
Today is tomorrow.
----------------------------------------------------//---------------------------------------
Coisas, Pequenas Coisas
Fazer das coisas fracas um poema.
Uma árvore está quieta,
murcha, desprezada.
Mas se o poeta a levanta pelos cabelos
e lhe sopra os dedos,
ela volta a empertigar-se, renovada.
E tu, que não sabias o segredo,
perdes a vaidade.
Fora de ti há o mundo
e nele há tudo
que em ti não cabe.
Homem, até o barro tem poesia!
Olha as coisas com humildade.
Things, Little things
From simple things to make a poem.
A tree stands still
fading, despised.
But if the poet raises her from the hair
and blows through her fingers
she straightens again, renewed.
And you, unfamiliar with her secret,
Lose vanity.
Outside yourself there’s the world
and in it there’s everything
that you cannot contain
Man, even the clay holds poetry!
Look at things with humility.
----------------------------------------------------//---------------------------------------
Todos os Caminhos me Servem
Todos os caminhos me servem.
Em todos serei o ébrio
cabeceando nas esquinas.
Uma rua deserta e o hálito
das pessoas que se escondem,
uma rua deserta e um rafeiro
por companheiro.
Ó mar que me sacode os cabelos
que mulher alguma beijou,
lágrimas que os meus olhos vertem
no suor dos lagares,
que uma onda vos misture
e vos leve a morrer
numa praia ignorada.
Every road fits me
Every road fits me.
In everyone I’ll be the ebrious
stumbbling across the alleys.
A desert street and the breath
of hiding people,
a desert street and a mutt
as a companion.
Oh sea that waves my hair
that no woman ever kissed
tears that my eyes shed
in the sweat of wine-press,
may a wave blend thee
and carry you both to die
on an ignored beach.
Ana Paula Mabrouk
8th April 2010
sábado, 3 de abril de 2010
Em cada lugar teu
Mafalda Veiga é a letrista portuguesa que mais admiro. As suas letras são poemas fantásticos que vala e pena ler e ouvir. Este é provavelmente o poema do qual eu mais gosto.
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