segunda-feira, 7 de junho de 2010

Noite apressada

Caros amigos e leitores,

um dos meus "amigos" virtuais do Facebook enviou este poema do qual eu fiquei fã! Nem o faço acompanhar de uma imagem para não se perder um grama de tinta de magia! Disfrutem!

Noite Apressada
Era uma noite apressada

depois de um dia tão lento.

Era uma rosa encarnada

aberta nesse momento.

Era uma boca fechada

sob a mordaça de um lenço.

Era afinal quase nada,

e tudo parecia imenso!



Imensa, a casa perdida

no meio do vendaval;

imensa, a linha da vida

no seu desenho mortal;

imensa, na despedida,

a certeza do final.



Era uma haste inclinada

sob o capricho do vento.

Era a minh'alma, dobrada,

dentro do teu pensamento.

Era uma igreja assaltada,

mas que cheirava a incenso.

Era afinal quase nada,

e tudo parecia imenso!



Imensa, a luz proibida

no centro da catedral;

imensa, a voz diluída

além do bem e do mal;

imensa, por toda a vida,

uma descrença total!

David Mourão-Ferreira

Sem comentários:

Enviar um comentário