Já não há poetas
Já não há poetas.
Já ninguém escreve poesia.
Ninguém mais diz
O que lhe vai na alma
Em versos doridos.
Ninguém verte uma lágrima
Ao escrevê-los.
Nem sequer rabiscos
Nos guardanapos do café
Ou nos papéis amarrotados.
Nem mesmo às escondidas
Nas contracapas dos livros escolares.
Ninguém mais sonha
Com tinta no branco das folhas,
Nas margens dos jornais.
Morreram os sonhadores.
No Outono do fim da vida
Já não se apanham folhas caídas:
São varridas para baixo da garagem real
Do quotidiano e esquecidas.
Folhas mortas da árvore da vida.
Ana Paula Mabrouk
Como são verdade, essas suas palavras professora. Parece que já ninguém consegue ver a beleza das palavras, o prazer que é construí-las e sonhá-las.
ResponderEliminarMas felizmente, esses "sonhadores" ainda não se dissiparam todos. Ainda há aqueles que dão o devido valor a um belo poema :-)
Beijo
Vélia Margarida
Cara Vélia,
ResponderEliminaro poeta sente de uma forma diferente e por isso escreve o seu viver de forma diferente também. É uma forma de vida, muitas vezes à margem: dolorosa mas cheia de sentidos que o comum dos mortais não enxerga.
É-se poeta/escritorporque não se tem escolha...
Beijos grandes
Ana Paula