Gabriel García Márquez, famoso e importante escritor,
jornalista, editor e militante político colombiano, apelidado carinhosamente de
Gabito, nasceu em Aracataca, no
departamento de Magdalena, na Colômbia, no dia 6 de março de 1928.
Seus pais, Eligio García e Luiza Santiaga Márquez
Iguaran, tiveram onze filhos, e para sustentar a família mantinham uma pequena farmácia especializada em
Homeopatia.
Ele passou sua
infância na casa de seus avós maternos, fundamentais para o futuro
escritor, que se inspiraria nestas figuras – o avô, Nicolás Márquez, veterano
da Guerra dos Mil Dias, travada entre liberais e conservadores colombianos e a
avó, Tranquilina Iguarán, para criar as suas personagens, principalmente os que
povoam as páginas de seu clássico Cem Anos de Solidão. Aos oito anos ele perde
o avô, em 1936. A sua famíla então parte de Aracataca, por motivos económicos e
Gabriel conclui seus primeiros estudos na cidade de Barranquilla e depois no
Liceu Nacional de Zipaquirá.
Em 1947 (com
19 anos) transfere-se para Bogotá, ingressa nos cursos de Direito
e de Ciências Políticas na Universidade Nacional da Colômbia, mas não chega a licenciar-se,
enveredando logo em seguida pelo caminho do Jornalismo, quando se muda para
Cartagena das Índias.
Começa no jornal El Universal, seu primeiro trabalho e posteriormente no períódico El Heraldo, no ano de 1949, em
Barranquilha: Nesta mesma época ele integra um grupo de escritores que tinha
como objetivo incentivar a literatura. Em 1954 regressa a Bogotá e trabalha
como repórter e crítico de cinema, iniciando a sua trajetória no El Espectador.
Teve como seu primeiro
trabalho o romance "La Hojarasca"
publicado em 1955.
Em 1955 circula pelo continente europeu pela
primeira vez como correspondente do jornal El Espectador e aí se queda por mais
de quatro anos (Genebra, Roma e Paris). Aí escreve Ninguém escreve ao Coronel (publicado em 1958) e Horas Más (publicado
em 1961).
Com o seu amigo Plinio
Apuleyo Mendoza faz uma viajem aos países
da Europa de Leste (Alemanha Oriental, Checoslováquia, Polonia, Rússia) e
após alguns meses em Londres, decide regressar à América Latina em 1958. Primeiro
instala-se na Venezuela, trabalhando
como jornalista para a revista Momentos.
A sua experiência na Venezuela, especialmente o testemunho do bombardeamento aéreo e o assalto ao
Palácio Presidencial, que culminariam com a derrocada do ditador Pérez Jiménez,
estiveram na origem, 17 anos depois, do seu quinto romance O Outono do Patriarca (1975).
Voltando para Barranquilha, numa visita relâmpago,
contrai matrimónio com Mercedes Barcha,
com quem tem dois filhos, o futuro diretor de cinema Rodrigo García (nascido em
Bogotá) e Gonzalo García (nascido no México).
Depois do triunfo da revolução cubana, em 1960,
trabalha uns tempos em Cuba para a Prensa
Latina.
Esta simbiose entre
literatura e jornalismo é clara em algumas das suas obras narrativas
publicadas, como Relato de um náufrago
(1955), Crónica de uma morte anunciada (1981),
Noticia de um sequestro (1997).
Em 1961 parte para
Nova York, novamente como correspondente internacional, administrando aí a agência de notícias
Prensa Latina, mas suas posições a favor de Fidel Castro levam-no a ser
assediado pela CIA, provocando a sua mudança para o México. Neste país, ele inicia a carreira literária, escrevendo a
princípio roteiros cinematográficos,
artigos para revista femininas e trabalhando em publicidade.
O seu clássico literário, Cem Anos de Solidão (1967), surge
após um longo interregno na escrita criativa, tendo o escritor demorado 18
meses a escrevê-lo. É recebido pela crítica como um marco da literatura da
América Latina, pioneiro num estilo que seria conhecido como Realismo Fantástico.
De 1968 a 1975 o escritor viveu na Espanha (Barcelona), retornando à Colômbia em 1981, mas como na sua terra
natal é acusado pelo Estado de ser colaboracionista da guerrilha, pede asilo
político no México.
Desde 1974, García
Márquez alterna a sua residência entre o
México, Cartagena de Índias, Havana e
Paris.
Em 1982 ele conquista o Prémio Nobel pelo conjunto de
sua obra.
Com parte dos 157 mil dólares
que ganha com o Nobel, decide fundar um jornal diário na Colômbia, chamado o El
otro, em homenagem a um conto de Borges. No entanto, pede a amigos
próximos que o façam funcionar enquanto se instala em Cartagena para escrever O Amor nos Tempos de Cólera (1985).
Em 1986 promove a Fundación del Nuevo Cine Latinoamericano
e funda, com a ajuda do director argentino Fernando Birri, a Escuela de Cine de San Antonio de los Baños,
em Cuba.
Em 1989 escreve O
General no seu Labirinto, um
romance histórico no qual relata o caminho que leva à morte de Simón Bolívar aos
47 anos, pelo rio Magdalena.
Em 1992 escreve Doze Contos Peregrinos, que segundo o
próprio autor se trata de uma coleção de contos curtos, baseados em trechos
jornalísticos.
Em 1994 publica o seu
romance, Do amor e outros Demónios, um romance passado em Cartagena de Índias do século XVIII, que conta os
amores impossíveis entre um
padre de trinta anos e uma marquesa crioula de doze, que devia exorcizar.
Sem nunca deixar de se
sentir jornalista, convence o seu amigo e romancista argentino Tomás Eloy
Martínez para fundarem juntos uma associação de jornalismo, a Fundación para el Nuevo Periodismo
Iberoamericano. Hoje em dia é o seu director o seu irmão, Jaime García Marquéz.
Em 1996 publica Notícia de um Sequestro, uma reportagem romanceada de um
sequestro colectivo, de dez personas (oito delas jornalistas), às mãos dos
narcotraficantes de Pablo Escobar.
A partir de 1999 ele retoma o
jornalismo, assumindo a direção da revista Cambio. Em 2002 (com 74 anos), Gabriel García Márquez lança Viver para Contá-la, autobiografia na
qual ele envereda após descobrir que está com um cancro linfático, o qual tem
vindo a tratar na Ilha de Cuba.
Memória de Minhas Putas
Tristes foi escrito em 2004
por Gabriel García Márquez e publicado em outubro do mesmo ano nos países
de língua espanhola. A sua receção crítica foi bastante polémica.
O seu irmão, Jaime García Márquez , noticia em 2012 que foi diagnosticada
uma demência a Gabriel Garcia Marquez na sequência dos tratamentos contra o cancro, e que, embora
esteja em bom estado físico, perdeu a memória e não voltará a escrever.
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