Poemas a integrar a antologia moçambicana

Ir é preciso

Ir é preciso

É urgente

Viajar

Trepar

Filmar

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Ir é preciso

É urgente

Ver

Conhecer

Escrever

Perceber

Ir é preciso

É urgente

Subir

Colorir

Pedir

Sorrir

Ir é preciso

É urgente

Sabor

Cor

Amor

Calor

Ir é preciso

É urgente

Pé ante pé

Fui

Pé ante pé

Devagar

Devagarinho

Transpus

A porta da lei

Kafkiana

Com vontade

De par em par

O mundo lá fora

Sorriu

Com um sorriso largo

E eu

Renascida

Comecei a andar

Um poema não se explica

um poema não se explica

surge, agiganta-se

medra e sobe às alturas

das entrelinhas

um poema não complica

vale por si

em cada lexema

soa a pão

e a sol de inverno

um poema não cogita

frutifica

Nova participação em antologia

Caros amigos e leitores,
após algum tempo de silêncio por motivos de saúde, venho comunicar-vos que estou enbrenhada em dois projetos pessoais: um livro de contos no masculino e um romance sobre... ainda é segredo.

O facto de não publicar aqui muitos textos pessoais não significa que não esteja a escrever: bem pelo contrário. É neste período de ausência que escrevo mais: só não posso ainda publicar os textos. Alguns vão concorrer a concursos, outros a antologias, outros ainda são futuros projetos para publicação individual.

Nota de última hora:

Acabo de receber a notícia de que fui selecionada para integrar uma antologia de poesia escrita em língua portuguesa que irá denominar-se Esculpindo a Palavra com a Língua Portuguesa. Integra escritores de países como Portugal, Brasil, Angola, Moçambique (país organizador), Cabo Verde, S. Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Macau e ainda autores portugueses que habitam países tão díspares como a Finlândia ou o México.

O organizador do projeto é Amosse Mucavele.

Amosse Mucavele nasceu em Maputo aos 8 de julho de 1987 ,vive em Maputo. É membro fundador do Movimento Literário Kuphaluxa e um dos editores da revista Literatas.

É colaborador do Pavilhão Literário singrando horizontes - Academia de Letras de Parana e outros blogs e jornais.

 

pé ante pé

pé ante pé

fui

pé ante pé

devagar

devagarinho

transpus

a porta da lei

kafkiana

com vontade

de par em par

o mundo lá fora

sorriu

um sorriso largo

e eu

renascida

comecei a andar

Ana Paula Mabrouk (original)

Memória

memória

havia uma cerejeira

na minha infância

e brincos de princesa

na criança que fui

tinha a alegria imensa

dos verdes anos

a inocência nos olhos

acreditanto mesmo

 que o mundo morava ali

entre frutos vermelhos

redondos de sabor

sentada na copa alta

castelo dos meus sonhos

habitava mistérios

imaginava enredos

e era tão feliz

sem o saber…

Ana Paula Mabrouk

Poema escrito para o 19º Encontro Luso-Espanhol em Aveiro