quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Biografia de Rilke

Biografia de Rainer Maria Rilke

RAINER MARIA RILKE

Rainer Maria Rilke (1875-1926) é considerado um dos maiores poetas da Alemanha. Foi ele que criou o poema de "objecto", ou seja, o poeta tenta descrever com a maior claridade possível o objecto sobre o qual se debruça, "o silêncio da sua realidade concentrada".

O poeta nasceu em Praga em 1875. Um dos factos mais característicos da sua infância foi o facto da mãe o ter obrigado a vestir roupas de meninas, chamando-lhe inclusivamente Sophia. Talvez o desgosto de não ter nenhuma filha... De qualquer maneira, este facto marcou toda a vida do futuro poeta. Rilke culpou a mãe por essa infância, mas ao mesmo tempo ela foi a responsável pelo jovem começar a escrever poesia. Faleceu na Suiça em 1926.

Segundo Herberto Helder, a obra de Rilke começou por ser bastante influenciada pelo Impressionismo, embora já os temas principais do poeta fossem visíveis: a morte, a mística, etc. Mais, tarde, desenvolveu aquilo que eu referi antes: a poesia objectiva, embora secundada por um certo misticismo. No fundo, Rilke questionou a possibilidade do Homem viver sem Deus sendo que, neste caso, a alternativa mais provável ao aniquilamento seria a criação poética.

A obra de Rilke atingiu grande popularidade durante a Primeira Guerra Mundial e foi redescoberta nos anos de 1950; o autor é considerado atualmente um clássico da literatura mundial. Nasceu de uma família da pequena burguesia e passou anos muito duros numa academia militar, que abandonou por motivos de saúde. Após estudar Arte e Literatura em Praga, Munique e Berlim, decidiu dedicar-se à poesia em 1896, para o que contou com numerosos mecenas, na maioria aristocratas. No ano de 1898, escreveu em apenas uma noite a obra que o tornaria famoso, mas de que mais tarde se distanciaria, a balada lírica Canção de Amor e Morte do Alferes Cristóvão Rilke. Seu encontro com o escultor Auguste Rodin (1905-1906), de quem foi por breve período secretário particular, exerceu profunda influência em sua poesia. Em lugar do homem sensível, no centro de sua poesia surgem objetos reais, de que se aproxima em dois níveis: descritivamente, como faria um artista plástico, mas também com o subjetivismo implícito em toda a abordagem personalista. Surgiram assim Novos Poemas (1907), entre os quais se destacam "Pantera" e "O Carrossel". O desenvolvimento da poesia de Rilke parte de uma lírica que trabalha com sentimentos, passando pelos "poemas-objeto" de grande virtuosismo, até as exaltações mágicas e as mensagens quase indecifráveis, semelhantes a códigos que beiram a fronteira do indizível. Em 1910, foi publicado seu único romance, Os Cadernos de Malte Laurids Brigge, que abriu novos caminhos no gênero. Trata-se de um diário supostamente escrito por um jovem poeta dinamarquês que vive em Paris, com características autobiográficas e que, na forma, reflete a crise existencial e da sociedade do final do século XIX. Em 1923, Rilke terminou as Elegias de Duíno e os Sonetos de Orfeu. Outras obras importantes do autor são: O Livro das Imagens (1902) e O Livro das Horas (1899-1903).

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