quinta-feira, 19 de abril de 2012

Quem diz que é pela raínha

E assim vai o estado da nação... de novo

Quem diz que é pela rainha
Nem precisa de mais nada
Embora seja ladrão
Pode roubar à vontade
Todos lhe apertam a mão
É homem de sociedade

Acima da pobre gente
Subiu quem tem bons padrinhos
De colarinhos gomados
Perfumando os ministérios
É dono dos homens sérios
Ninguém lhe vai aos costados

Letra e música de Zeca Afonso

Festival Cravos de abril



Gostaria de vos convidar para este evento no jardim S. Pedro de Alcântara. O 25 de abril já está perto....

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Por detrás da máscara - espetáculo de poesia erótica

Caros leitores e amigos,
irá realizar-se no sábado, dia 14 de abril, pelas 22h, no Círculo Experimental de Teatro de Aveiro (CETA) , um espetáculo denominado «Por detrás da máscara», da responsabilidade de um grupo de elementos do Grupo Poético de Aveiro. Estão todos convidados.


O Grupo Poético de Aveiro (GPA) tem o prazer de apresentar um espectáculo de poesia à flor da pele. Sensual, encorpado e desapossado de vestes supérfluas que camuflam o desejo e o erotismo. O público é convidado a mergulhar no mundo de Eros através da expressão literária do desejo, da aspiração de amar, da verbalização de uma imaginação de corpo inteiro. Os textos apresentados, alguns de autores consagrados, outros de autores ainda desconhecidos do grande público, apresentam um dominador comum: a sublimação do erótico. Existe um universo de possibilidades de união com outros corpos, com outras fisicalidades. É um espectáculo concebido numa espiral de vontades, de pulsares, de toques e fugas, em torno de realidades que nos estimulam. E nesse movimento incessante de palavras eróticas, por vezes ternas, por vezes sensuais, por vezes divertidas ou de escárnio escritas, quebram-se forças de isolamento, preconceito e séculos de repressão da intimidade. Pretende-se que seja um espectáculo libertador, libidinoso e orgástico, rumo ao prazer supremo.

Que Eros esteja convosco!





«O erotismo não é um produto da decadência, mas um progresso. Porque ajuda a dessacralizar as coisas do sexo. É um instrumento de saúde mental e social. Eu defendo que é um elemento de promoção espiritual, pois impõe uma educação do carácter, a renúncia às paixões da ilusão em proveito das paixões da lucidez.»

Emmanuelle Arsan




A arte jamais poderia existir sem expor a beleza da nudez»

William Blake


segunda-feira, 9 de abril de 2012

A Batalha de Alcácer Quibir


Tantos anos depois, Portugal continua a cair no branco areal, vencido às forças estrangeiras...
A geografia é outra mas a derrota é sempre a mesma....
Palavras de Manuel Alegre; sentimento de um povo cansado que depõe as armas e perde o canto...

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Cantar de emigração por Adriano Correia de Oliveira

Nestes tempos de novo incentivo à emigração, deixo-vos a memória de outros tempos não tão remotos assim... Dá que pensar...


http://youtu.be/i5YkO1TY9xA






quarta-feira, 4 de abril de 2012

Biografia de Zeca Afonso


Biografia de Zeca Afonso (versão curta)


1929, 2 de Agosto – Nasce José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos em Aveiro, Largo das Cinco Bicas.

1933 – Viaja no paquete “Mouzinho” em direcção a Angola onde o pai fora colocado como delegado do procurador da República no Bié.

1937 – Parte para Moçambique ao encontro dos pais.

1938 – Completa a instrução primária em Belmonte.
Os pais são presos em Timor e enviados para um campo de concentração, na sequência da invasão dos japoneses, e Zeca Afonso deixa de ter notícias da família durante três anos.

1940 – Frequenta o Liceu D. João III em Coimbra onde vive na casa de uma tia.
É conhecido por “Turcopês”, porque transformava nas aulas de educação musical: ”Portugueses não temem revezes” por “Turcopezes não metem verrezes”.
Interessa-se por cantigas e começa a jogar futebol.
Conhece o guitarrista António Portugal.

1949 – Ingressa no curso de Histórico-Filosóficas da Faculdade de Letras de Coimbra.
Integra o Orfeão Académico e da Tuna da Universidade de Coimbra.
Torna-se um dos criadores do grupo coral do Colégio de Órfãos, que daria origem ao Coro da faculdade de Letras.
É conhecido como intérprete de fados e baladas.
Casa-se, tem dificuldades financeiras, faz a revisão do “Diário de Coimbra” e tem dois filhos, os quais, após o divórcio dos pais, vão viver para África com os avós.

1958 – Grava o primeiro disco – Baladas de Coimbra.
Em Lagos, acompanha o movimento das eleições presenciais em que o general Humberto Delgado é concorrente.
Em Faro, constitui um grupo de amigos da natureza e da poesia – Luísa Neto Jorge, António Barahona da Fonseca, Manuel Pité, Jo´se Louro e António Bronze.

A “ Balada de Outono”, que gravará pouco depois, marca a revolução musical.


1961 – Conhece Zélia em casa de Luísa Neto Jorge e António Barahona da Fonseca, em Faro, com que virá a casar-se, de quem terá dois filhos, e a quem dedicará a canção: “ Maria, nascida no monte , à beira da estrada”.

1963 – Conclui o curso superior, que interrompera, com uma tese sobre Sartre.

1964 – Viaja para Moçambique como professor de Liceu, na tentativa de aproximar-se dos filhos mais velhos, acompanhado por Zélia.
Envolve-se em actividades políticas junto dos seus alunos, dos quartéis do exército colonial e do Centro Associativo de Lourenço Marques.
Colabora com o Teatro de Amadores da Beira.

1967 – Regressa a Portugal, na sequência de problemas com a administração colonial e fixa-se na zona de Setúbal como professor de Liceu.
É vítima de um esgotamento cerebral e internado durante um mês e posteriormente é expulso do ensino.
Vive com dificuldades, de explicações e dos discos que grava com regularidade.
Edição do 1.º LP, “ Baladas e Canções”

É publicada a 1.ª edição do livro: “Cantares de José Afonso” – 2.ª no ano seguinte – com notas do próprio e duas quadras de “Grândola”.

1973 – Participa no III Congresso da Oposição Democrática em Aveiro cantando, entre outros: “O que faz falta”.
´E preso em Caxias.
O álbum “Venham Mais Cinco” é gravado em Paris, no final do ano, com a colaboração de José Mário Branco.

1974, 29 de Março – Participa no Encontro da Canção Portuguesa no Coliseu – a PIDE e a censura só permitem que cante: “Milho Verde” e “Grândola Vila Morena”.
25 de Abril – encontra-se escondido em casa de uns amigos.
Grava em Londres, no final do ano, ”Coro dos Tribunais”.

1985, 28 de Janeiro – Homenagem a José Afonso no Thêatre de La Ville.
Dezembro, último disco: “Galinhas do Mato”

1986 – Quase não abandona o seu domicílio.

1987, 23 de Fevereiro José Afonso morre no Hospital de Setúbal.


Outros sites com biografias

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Amigo maior que o pensamento

Amigo maior que o pensamento - José Afonso



Traz outro amigo também

Amigo
Maior que o pensamento
Por essa estrada amigo vem
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também

Em terras
Em todas as fronteiras
Seja benvindo quem vier por bem
Se alguém houver que não queira
Trá-lo contigo também

Aqueles
Aqueles que ficaram
(Em toda a parte todo o mundo tem)
Em sonhos me visitaram
Traz outro amigo também

                       José Afonso

Ver video: http://youtu.be/hfKU5pA-CRI









domingo, 1 de abril de 2012

Poetas de abril

Caros leitores e amigos,

começando hoje um novo mês, decidi homenagear não um mas vários poetas de abril.
Ontem estive nas comemorações do primeiro aniversário da aja - Associação José Afonso - em Aveiro, durante o qual foi lançado o livro ADRIANO Correia de Oliveira, Um trovador da liberdade por Mário Correia, amigo e musicólogo. Anteriormente tinha estado num ensaio de um espetáculo de poesia erótica e depois num jantar do GPA - Grupo Poético de Aveiro com a associação artística Aveirarte. Que melhor maneira de começar um mês inequivocamente relacionado com a liberdade de pensamento?

Deixo-vos aqui o cartaz de comemoração da aja de ontem.